O sol foi privatizado em Espanha
12-08-2014 22:48
O sol foi privatizado em Espanha: se autoridades espanholas surpreenderem algum cidadão espanhol instalando placas de luz solar para consumo próprio poderão aplicar-lhe multa de até 30 milhões de euros. 01/08/2013
Em Espanha, as companhias de eletricidade morrem de medo de uma desestabilização do consumo de energia elétrica. Cometer o sacrilégio de se tornar independente, energeticamente falando, pode custar muito caro.
O sol agora é só para poucos privilegiados como ex-presidentes e ex-ministros, os quais são conselheiros oficiais destas empresas captadoras de luz solar.
A União Espanhola Fotovoltaica (UNEF), que agrupa 300 empresas e representa 85% do setor, assegura que se alguém resolve implantar receptores de luz do sol isso sairia mais caro do que recorrer ao consumo convencional.
Porém, na Espanha, o sol foi privatizado sem a consulta aos seus cidadãos, ao sistema solar ou ao universo etc… A posibilidade de produzir tua própria eletricidade utilizando recursos renováveis — placas solares ou pequenos moinhos eólicos instalados en uma propiedade privada — é algo muito atrativo para os lares espanhóis.
“De cada 50 chamadas telefónicas ao mês, 35 são de particulares interessados no auto-consumo”, assegura Francesc Mateu, gerente da Sol Gironés, empresa especializada en energia renovável e pioneira neste setor.
O Governo espanhol se propôs implantar o auto-consumo energético pouco a pouco sem que se altere o sistema elétrico vigente. Para isso se reserva o direito de elevar e baixar as taxas, ou “pedágios” (pedágios?) específicos, que denominam “de respaldo”, conforme o setor evoluir. “Nós vamos implantar um “pedágio” para a energia recebida do sol”, resume Mario Sorinas da empresa Electrobin, com mais de 20 anos de experiência em energia solar.
A autarquia de energia é mais do que consolidada em países como os EUA ou o Japão. Muitos países europeus a têm implementado com diferentes fórmulas. “É o futuro”, dizem os especialistas em energia. Gerar sua própria eletricidade com energia renovável e dar uma pausa para o meio ambiente e o bolso.
Há também a possibilidade de transferir o excesso de energia para utilitários e recuperá-lo quando necessário ou vender diretamente, o que é conhecido como o consumo de líquido equilibrado.
Agora, na Espanha, você pode produzir energia privada e consumi-la na hora. A legislação mais recente é de 2011. Antes não era rentável. Houve uma redução de até 80% de energia fotovoltaica nos últimos cinco anos e o aumento das contas de energia elétrica tornaram-se uma opção de poupança muito interessante em tempos de crise. Quando não há sol ou vento, você tem que se envolver na rede e pagar a fatura normal.
Dom Gironés, por exemplo, com 14 funcionários, está se dando bem com o consumo instantâneo. “Ele está trabalhando bem, especialmente com frigoríficos de carne que dependem da armazenagem a frio, e no qual a conta de luz leva pelo menos 15% dos seus custos fixos anuais”, diz o gerente.
Com estes novos sistemas se reduz entre 20% e 30% do consumo, e até agora, não se pagam impostos de qualquer espécie para este tipo de geração de energia.
Com as mudanças conhecidas até agora, o tempo de retorno da energia fotovoltaica cresce consideravelmente. Se antes da reforma era necessário 12 anos para recuperar o investimento em uma instalação residencial de 2,4 quilowatts de potência agora vai exigir 23, de acordo com estimativas da UNEF.