6000 novos postos de trabalho desperdiçados em Espanha , entre outras percas!
Um investimento no autoconsumo de energia poderia trazer seis mil novos postos de trabalho em Espanha nos próximos quatro anos. As estimativas são da UNEF – Unión Española Fotovoltaica, em resposta ao anúncio dos números escassos actuais do sector: no último ano, o país instalou 22 MW de energia solar fotovoltaica, dos quais a maioria se refere a projectos de autoconsumo. Mesmo com a contracção de 36% do mercado na Europa, reportada pela Associação da Indústria Fotovoltaica Europeia (EPIA), os números espanhóis são preocupantes e, para a UNEF, representam uma “paralisação” do sector, em particular se compararmos com outros países europeus – no Reino Unido, foram instalados mais de 2,2 GW; na Alemanha 1,9 GW; e em Portugal, apesar de todas as adversidades, a nova capacidade instalada foi de 110 MW – quase o dobro de 2013, o que se deve, em particular, à ligação à rede de centrais solares licenciadas previamente, segundo o relatório da Agência Internacional de Energia.
“Estes dados demonstram que a paralisação que a energia fotovoltaica está a viver no nosso país é artificial e responde à insegurança jurídica imposta pelo governo à indústria e aos consumidores”, afirmou o presidente da UNEF, Jorge Barredo. “O autoconsumo fotovoltaico, sem nenhum tipo de prémio ou subvenção, é já rentável em Espanha”, declarou. “A aposta no autoconsumo fotovoltaico é fundamental para a evolução para um sistema eléctrico sustentável dos pontos de vista económico e ambiental, que tenha repercussões na saúde e nos bolsos dos cidadãos. Espanha tem condições excepcionais para isto, com uma indústria madura para levar a cabo a transição do modelo energético e com uma sociedade que exige um maior poder de decisão e competitividade do sector energético. O autoconsumo energético poderia gerar quase seis mil empregos em quatro anos em Espanha. A oposição demonstrada pelo actual governo espanhol ao seu desenvolvimento não se justifica e atenta contra as liberdades e direitos dos cidadãos espanhóis”, alertou ainda Jorge Barredo. Recorde-se que uma das medidas previstas pelo governo de Espanha é a introdução de uma taxa ao autoconsumo – “imposto ao sol” – e que se encontra actualmente em suspenso. No entanto, segundo dá conta a UNEF, a intenção voltou a ser reforçada recentemente pelo ministro da Indústria, Energia e Turismo espanhol, José Manuel Soria. Recorde-se que, em entrevista na edição impressa da Edifícos e Energia de Março/Abril 2015, o director-geral da UNEF, José Donoso, afirmava que o anúncio desta possível regulamentação "criou um efeito 'espada de Dâmocles' suspensa sobre o sector, que já parou os investimentos".
Fonte: edificioseenergia.pt 09/04/15