Avião Solar Impulse 2
O avião Solar Impulse 2 (Si2) iniciará em breve uma volta ao mundo em 12 etapas passando, entre outros lugares, por Índia, China e Nova York, antes de retornar a Abu Dhabi, tudo isso sem gastar uma gota de combustível.
Bertrand Piccard e André Borschberg apresentaram seu plano de voo nesta terça-feira em Abu Dhabi. Partirão da capital dos Emirados Árabes Unidos no fim de fevereiro ou início de março para percorrer 35.000 km a uma velocidade relativamente lenta (entre 50 e 100 km/h).
Sua volta ao mundo durará cinco meses, com 25 dias de voo efetivos, segundo os dois suíços, cofundadores e pilotos do avião.
A aeronave, coberta com 17.000 células solares que alimentam seus quatro motores elétricos de hélice, será o primeiro a cruzar oceanos e continentes com a ajuda do sol.
O Solar Impulse 2, que voará a até 8.500 metros de altitude, se dirigirá primeiro a Omã e às cidades indianas de Ahmedabad e Varanasi. Depois irá a Mandalay, em Mianmar, Chongqing e Nanquim, na China, antes de cruzar o Pacífico com uma escala no arquipélago americano do Havaí.
Piccard e Borschberg irão parar posteriormente em Phoenix e Nova York, de onde partirão ao sul da Europa ou ao norte da África, última escala antes do retorno a Abu Dhabi, no fim de julho ou início de agosto.
"Queremos demonstrar que agora as tecnologias limpas e as energias renováveis permitem alcançar coisas consideradas impossíveis. E o que fazemos voando todos podem fazer na terra, em sua vida diária, com o objetivo de economizar os recursos naturais do nosso planeta", declarou Piccard em uma coletiva de imprensa organizada por Masdar, a companhia de energia renovável de Abu Dhabi. Este emirado petrolífero investe maciçamente no setor das energias limpas há alguns anos.
"Embora hoje não possamos fazer com que todos os aviões comerciais voem com energia solar, estou plenamente convencido de que o mundo pode diminuir pela metade seu consumo energético com as tecnologias utilizadas no Solar Impulse", acrescentou.
A cabine de 3,8 m3 foi projetada para acolher apenas um piloto e não ter ar-condicionado ou calefação. Dispõe, no entanto, de um vaso sanitário.
Condições que, segundo André Borschberg, o outro pai do projeto, tornam o voo um desafio mais humano que técnico.
"O Si2 deve conseguir o que nenhum outro avião conseguiu na história: voar sem combustível, com apenas um piloto em uma cabine despressurizada por cinco dias e noites consecutivos (em sua etapa mais longa)", indicou o suíço.
"Temos, portanto, um avião muito duradouro quanto ao consumo, mas agora a questão é saber como podemos fazer com que o piloto seja duradouro. A incógnita é humana", explicou.
Fonte: swissinfo.ch 20/01/15