Moçambique escolhido para internacionalização
A Boa Energia, uma das primeiras empresas em Portugal a vender 'kits' de painéis solares fotovoltaicos policristalinos portugueses que ajudam o consumidor a cortar na conta eletricidade da casa ou empresa, escolheu Moçambique para se internacionalizar.
"Moçambique foi escolhido para iniciarmos a internacionalização, o que deverá concretizar-se em novembro deste ano com um projeto para um empreendimento urbanístico em Maputo, contando neste país com um parceiro local", afirmou em declarações à agência Lusa, o diretor-geral, Nuno Brito Jorge.
A empresa portuguesa Boa Energia nasceu há três anos pela mão de três jovens empreendedores, Nuno Brito Jorge, Ricardo Iglésias e Miguel Aroso, com a promessa de cortar na conta de eletricidade com energia renovável e ajudar os consumidores a preservarem o ambiente.
Para tal, "criámos 'kits' de painéis solares fotovoltaicos policristalinos que podem ser instalados por qualquer pessoa que construirá o seu próprio sistema, estimando-se que por cada painel instalado haja poupanças entre 80 a 90 euros por ano na conta da eletricidade", esclareceu o responsável.
Com uma loja na Internet, a Boa Energia vende os 'kits' de produção de energia que são fabricados pela empresa Open Renewables, também ela portuguesa, instalada em Évora e que tem "uma longa experiência" no mercado fotovoltaico europeu, salientou.
As duas empresas têm uma parceria, sendo que a Boa Energia disponibiliza soluções que permitem às famílias e às empresas portuguesas produzirem a sua própria eletricidade, enquanto a Open Renewables fabrica os painéis fotovoltaicos.
No entanto, a empresa Boa Energia, para facilitar a instalação dos painéis, desenvolveu 'kits' "faça você mesmo", bastando montar e ligar o painel à tomada da casa ou da empresa, podendo ser instalado, sem sombreamentos, orientado a sul numa varanda, num terraço, num jardim ou num telhado.
"Em Portugal, este negócio tem um grande potencial de crescimento devido à excelente exposição solar", explicou à Lusa o gestor, ressalvando que se nota "alguma limitação na capacidade financeira das pessoas e nas perspetivas de crescimento do país".
"Mas, o preço dos painéis solares fotovoltaicos policristalinos desceu muitíssimo desde há uma década", contrapõe.
Nuno Brito Jorge falou ainda da entrada em vigor, em janeiro último, do decreto-lei sobre o autoconsumo, que possibilita a qualquer pessoa ou empresa portuguesa poder produzir parte, ou até toda a energia que consome, sem obrigação de injeção na rede.
Para tal, necessita apenas de adquirir e instalar um sistema de autoconsumo, composto por painéis fotovoltaicos, que agora já podem ser portugueses.
O cofundador da empresa Boa Energia considerou ainda que legislação aprovada "é muito boa", mas realçou que "poderia ser mais amiga do consumidor".
O gestor falou ainda à Lusa do modelo de painéis fotovoltaicos que vai ser utilizado no projeto do empreendimento urbanístico em Maputo e que é um pouco diferente do vendido para Portugal, pois tem de ter em conta a instabilidade da rede elétrica do país, bem como a injeção da energia nas baterias solares.
A taxa de sucesso de vendas da Boa Energia situa-se entre 6,5% a 7% em relação ao número de pedidos que chegam à empresa, pelo que "o potencial de crescimento do negócio é enorme", sublinhou.
A 09 de julho, o ministro da Energia, Jorge Moreira da Silva, informou que, nos primeiros cinco meses de 2015, houve 600 instalações de produção de eletricidade em autoconsumo.
Fonte: noticiasaominuto.com 08/08/2015