Sol e vento a favor do Brasil
A expectativa é de que a energia fique até 27% mais cara em 2015, devido ao custo das térmicas, que devem continuar operando por causa do baixo nível dos reservatórios. Para escapar desse cenário, há soluções de mini e microgeração de energia que começaram a ser implantadas ainda em meados de 2008 no Estado. Hoje, o Ceará já possui 49 instalações, conforme dados da Companhia Energética do Ceará (Coelce).
As soluções podem estar em residências, condomínios, comércios e indústrias e geram uma economia média de 60% a 90% na conta de luz. Os equipamentos mais utilizados são os aerogeradores, que captam energia com a movimentação das hélices pelo vento, e os fotovoltaicos, que absorvem a energia solar.
E a fabricação desses materiais é feita aqui no Estado por dez empresas. Uma delas localiza-se no município do Eusébio, a B&Q Renováveis. Porém, eles não instalam as soluções em qualquer ambiente. “Os clientes que nós atendemos têm contas de luz a partir de R$ 500 e que, no caso dos aerogeradores, moram cerca de 2 a 3km do litoral. Então a gente observa tarifa para o cliente, recurso natural e disponibilidade de local”, esclarece Fernando Pessoa, sócio-diretor da B&Q.
Condições mínimas para a implantação dos equipamentos, que custam a partir de R$ 12 mil (fotovoltaicos) e R$ 50 mil (aerogeradores), indo até milhões, devem ser respeitadas para que haja retorno no investimento. Clientes de baixa tensão, com corrente trifásica, têm retorno em cerca de 7 a 8 anos.
Para empresas, além de economia e da produção de energia limpa, há a vantagem de ter a imagem da marca ligada à sustentabilidade. “O que agrega valor ao produto, pois demonstra aos clientes a sua preocupação ambiental. Tem gente que teve o retorno do investimento somente como consequência de uma mídia espontânea”, ressalta Pessoa.
Quem investe:
O setor classe A, que possui casas próximo à praia, nas regiões do bairro Dunas, na Prainha, Eusébio e outras regiões litorâneas, chegando até ao Maranhão e Rio Grande do Norte são parte dos clientes da B&Q.
Ainda investem comerciantes de pequeno porte, que possuem postos de gasolina e os que têm pousada, além do poder público e das construtoras. A Prefeitura do Eusébio, por exemplo, instalou um aerogeradores de 16 metros no prédio da Autarquia Municipal de Meio Ambiente (AMMA) e há negociação entre a B&Q e mais 8 órgãos municipais.
“Além do benefício ambiental e de darmos exemplo como Prefeitura para nossos cidadãos de estarmos utilizando uma energia limpa, teremos um custo menor na energia, com retorno em 5 anos”, diz o presidente da AMMA, Celso Rodrigues. A conta de luz do órgão é de um valor médio de R$ 1,6 mil e a instalação do equipamento gera uma economia de 30% a 40% de energia.
Saiba mais:
1. DESDE DE 2012, quando entrou em vigor a Resolução da Aneel nº 482/2012, que o brasileiro pode gerar sua própria energia elétrica com fontes renováveis e fornecer o excedente para a rede de distribuição.
2. O EXCEDENTE para a distribuidora, acumula-se em “créditos” de energia. Quando a geração for inferior ao consumo, a distribuidora devolve energia, respeitando o limite de saldo de créditos.
3. ESSES CRÉDITOS podem ser usados em outra unidade de consumo do mesmo cliente.
4. O CONSUMIDOR tem até 36 meses para utilizar esse saldo com a distribuidora.
5. CASO O CLIENTE produza toda a energia que precise, a Aneel estabelece valores mínimos relativos ao custo de disponibilidade da distribuidora. Clientes monofásicos, o mínimo a ser faturado é de 30kWh; bifásicos, 50kWh; e trifásicos 100kWh.
6. AS FONTES DE GERAÇÃO precisam ser renováveis ou com elevada eficiência energética, baseadas em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada.
Fonte: opovo.com.br Beatriz Cavalcante 10/12/2014